sexta-feira, 3 de outubro de 2008




Faleceu
Fernando Peixoto, historiador,
professor e homem do Teatro


Hoje, dia 3 de Outubro, no Centro Hospitalar de Gaia onde se encontrava devido a doença grave, faleceu Fernando Aníbal Costa Peixoto, professor da Escola Superior Artística do Porto e investigador de História Contemporânea.
Nascido em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, desde muito novo se dedicou à escrita, tendo publicado novelas, poemas e ensaios, sobretudo sobre teatro, tendo ele próprio sido autor, encenador, actor e professor das artes do palco. Fez a sua licenciatura em História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde em 1995 concluiu o Mestrado em História Moderna e Contemporânea, tendo a doença que o vitimou impedido de defender a sua tese de doutoramento escassos dias antes do seu falecimento, a qual tem por título «Do corporativismo ao modelo interprofissional. O Instituto do Vinho do Porto e a evolução do sector do Vinho do Porto (1933-1995)».
Participou em vários congressos e outras manifestações culturais, tendo publicado inúmeros trabalhos, de entre os quais se destacam Diogo Cassels: uma vida em duas margens (2001) e História do Teatro Europeu (2006).
Como presidente da Junta de Freguesia de Santa Marinha, para além de uma total devoção aos problemas das gentes do Centro Histórico de Gaia e do Vinho do Porto, promoveu diversas manifestações culturais marcantes, como a realização das suas 1as Jornadas de História Local e a divulgação da vida e obra de notáveis filhos da terra com sucesso pelo mundo.
Exerceu a docência em várias escolas, sendo ultimamente professor na Escola Superior Artística do Porto. Foi agraciado com vários prémios como estudante, homem de Teatro e investigador.
Era sócio fundador dos Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana, membro do seu Gabinete de Historia, Arqueologia e Património e académico
fundador da Academia Eça de Queiroz, além de membro de outras instituições culturais e científicas.
Definir Fernando Peixoto em poucas palavras não é fácil: ocorrem-nos os lugares comuns de homem generoso, lutador, esforçado, gaiense com uma visão ampla do mundo e das coisas, consciente da vida e dos seus problemas, admirador dos seres abnegados e com missão para cumprir, investigador das minorias, defensor dos perseguidos e marginalizados, fascinado pelo Teatro como Arte maior, investigador do Vinho do Porto que levou o Rio Douro, os seus mareantes e o cais de Vila Nova de Gaia a todo o Mundo.
Mas tudo isto não resume quem foi esse grande Amigo e essa grande Alma que os que o conheceram, que com ele trabalharam, estudaram ou conviveram, acabam de perder. Bebamos um Porto em sua memória e continuemos a ler as suas obras, muitas das quais a serem publicadas em breve ou um dia destes. Como o Rio Douro, que ele tanto amou, a sua vida e a sua obra continuarão a correr.

A Direcção dos Amigos do Solar Condes de Resende
Confraria Queirosiana