quarta-feira, 24 de maio de 2023
Palestra das últimas quintas-feiras do mês - 25 de maio de 2023
quarta-feira, 26 de abril de 2023
Palestras das últimas quintas-feiras - abril 2023
Palestras das últimas quintas-feiras, 18.30H
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https://us02web.zoom.us/j/88524104068...
ID da reunião: 885 2410
4068
Senha de acesso: 658919
Resumo:
Susana Moncóvio iniciou
um dos parágrafos de um seu trabalho com a seguinte frase: «O colecionismo
revela um traço antropológico, o da materialização da memória, de afetos e
vivências...». A autora citada estava a referir-se ao coleccionador Marciano
Azuaga que veio a falecer no início do século XX com mais de sessenta anos,
portanto, inserido ainda numa: «prática colecionista dos finais do século XIX».
É também sobre
colecionismo o assunto que aqui pretendemos desenvolver, já não sobre um
colecionador inserido nos conceitos e parâmetros atrás referidos, mas um
colecionador actual, longe da «natureza enciclopédica [que foi o] resultado do
desenvolvimento dos valores humanistas do Renascimento». Contudo, constatamos
que, de um modo geral, as motivações para o coleccionismo são intemporais
manifestando-se pelo gosto de “juntar” objetos, não tanto pelo seu valor
monetário, beleza ou qualidade, mas sobretudo por aquilo que podem significar
para quem os adquire, não obedecendo, portanto, a qualquer outro critério que
não seja o do “gosto pessoal”.
quinta-feira, 20 de abril de 2023
14ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois
O Brasil e os exilados
políticos portugueses
A imagem do emigrante
povoa há muito o imaginário da sociedade portuguesa a lembrar o burguês rico e
rude, com dinheiro e sem cultura.
A saída, voluntária ou
não, do país de origem, para território de outra nação com a intenção de aí
fixar residência e exercer atividade por um período de duração incerta foi,
desde sempre, apanágio dos portugueses.
Em bom rigor, emigração
pressupõe a deslocação do cidadão para país estrangeiro. Os fatores causais da
emigração são, na maior parte dos casos, por razões económicas, podendo, porém,
revestir natureza política, ou outras de carater diverso.
Os reflexos da emigração
projetam-se na força e prosperidade das nações, na vida económica, social e
política, facto que levaram os Estados a submetê-la a regulamentação apropriada
Em Portugal o Estado
Novo, cultiva através do ideário salazarista, da sua propaganda oficial, ou
oficiosa, um especial olhar em direção às comunidades emigradas. A partir de 1932,
o regime assume através dos discursos de Salazar, a ideia central de difundir a
imagem de um “país de paz à beira-mar plantado”, tudo fazendo para que o
emigrante encontre no ideário salazarista as mensagens que deseja ouvir sobre a
sua pátria distante.
quarta-feira, 12 de abril de 2023
13ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois
Os Brasileiros de Torna-Viagem
Ana Sílvia Albuquerque
Durante o século XIX, Portugal viveu um período de turbulência política, dificuldades económicas e mudanças sociais. Como resultado, muitos cidadãos portugueses, nomeadamente oriundos da região noroeste de Portugal, deixaram o seu país de origem e emigraram para o Brasil em busca de melhores oportunidades ou reagrupamento familiar.
Embora tenham enfrentado muitos desafios no Brasil, as suas experiências e contribuições desempenharam um papel crucial na formação do cenário cultural, económico e social do Brasil e de Portugal.
Importantes foram os benefícios que Portugal obteve quando estes indivíduos regressaram a casa. Trouxeram consigo novas ideias, competências e recursos que ajudaram a revitalizar a economia portuguesa e a contribuir para o seu desenvolvimento cultural e artístico. Os «brasileiros» desempenharam um papel fundamental na modernização da indústria e da agricultura portuguesas, e as suas contribuições foram sentidas em áreas como arquitetura, literatura e música.
Acresce o seu papel assinalável na melhoria da vida de conterrâneos por meio de diversas formas de filantropia, incluindo o estabelecimento de hospitais, escolas e legados a organizações de caridade e bem-fazer, como misericórdias e ordens terceiras.
quinta-feira, 30 de março de 2023
12ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois
O
Brasil Oitocentista e o tráfico transatlântico de escravos.
Em 1823, na época da
independência do Brasil, José Bonifácio de Andrade e Silva, uma das mais
importantes figuras do novo país, condenou moralmente o tráfico de escravos e atribuiu
a culpa pela sua existência a Portugal. Poder-se-ia, por isso, pensar que os
brasileiros iriam pôr fim a esse horrível negócio, tanto mais que, logo de
seguida negociaram e assinaram com a Grã-Bretanha um tratado que prometia
fazê-lo. Porém, não foi isso que aconteceu.
A presente aula procurará
mostrar por que razões a importação de escravos africanos era importantíssima
para o Brasil, nomeadamente para a sua indústria açucareira, e explicitará as
características e o volume dessa importação, desde o início até à sua supressão
na década de 1850.
terça-feira, 28 de março de 2023
Palestra das últimas quintas-feiras do mês - 30.03.2023
Henrique Moreira escultor de memórias da 1.ª Grande Guerra
J. A. Gonçalves Guimarães
Resumo:
Escultor nascido em Avintes, Vila Nova de Gaia, Henrique Moreira (1890-1979) frequentou a Academia Portuense de Belas Artes, onde foi aluno de José de Brito, Marques da Silva e Teixeira Lopes. Tendo concluído o curso de escultura em 1911, estagiou na oficina deste último, tendo também colaborado (com Sousa Caldas) na concretização da parte escultórica do Monumento à Guerra Peninsular de Alves de Sousa e Marques da Silva implantado na cidade do Porto. Distinguiu-se depois com encomendas da Comissão dos Padrões da Grande Guerra, sendo mesmo o escultor português que maior número de exemplares produziu neste âmbito. Autor de uma obra muito mais vasta e diversificada, nas suas três principais modalidades que praticou, estes monumentos evocativos são também um aspeto importante da sua obra.
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https://us02web.zoom.us/j/
ID da reunião: 894 1209 1360
Senha de acesso: 152468
quarta-feira, 15 de março de 2023
11ª sessão do curso livre sobre O Brasil Duzentos Anos Depois
A música e a dança urbana entre o Brasil e Portugal (1770-1830)
Notícias sobre a música e as danças urbanas luso-brasileiras, entre a primeira metade do século XVIII e as primeiras décadas do século seguinte, foram registadas em textos de escritores teatrais, poetas, cronistas e por viajantes estrangeiros, tornando-se uma importante referência para a identificação de práticas socioculturais, ainda que generalizadas, tanto em Portugal como em terras brasileiras. Através da análise de alguns desses textos é possível identificar práticas musicais e danças coletivas da tradição europeia e afro-brasileira, como um exercício para o entendimento das formas com que essas tradições irão se misturar e proporcionar o desenvolvimento de outros gêneros, alguns inclusive adquirindo o estatuto de música e dança nacional. Pretendemos nesse curso associar as informações musicais que estejam vinculadas não somente à canção urbana, em que se destaca a modinha e o lundum, mas também às outras danças coletivas que, independente de seus locais de origem ou prática, configuram-se como elementos essenciais para entendermos a socialização dos grupos, no período supracitado, convertendo-se, ao longo do século XIX, em obras musicais utilizadas como entretenimento doméstico pela burguesia luso-brasileira.
Rodrigo Teodoro de Paula