quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Curso livre Eça de Queirós, sua vida, sua obra, sua época

programa quase definitivo

Outubro – Dia 11 – 15-17 horas
Tema: Eça de Queirós, sua vida, sua obra, sua época.
Professora: Isabel Pires de Lima

Outubro – Dia 25 – 15-17 horas
Tema: A biografia e os biógrafos de Eça de Queirós
Professor: J. A. Gonçalves Guimarães

Novembro – Dia 8 – 15-17 horas
Tema: A vingança do chinês – chinoiserie e a imagem da China em O Mandarim
Professor: Arie Pos

Novembro – Dia 29 – 15-17 horas
Tema: Eça de Queirós no Egipto e na Síria Palestina
Professor: Luís Manuel de Araújo

Dezembro – Dia 13 – 15-17 horas
Tema: A música na obra de Eça de Queirós.
Professor: Mário Vieira de Carvalho

Dezembro – Dia 27 – 15-17 horas
Tema: Os culies na vida de Eça de Queirós.
Professora: Maria Teresa Lopes da Silva

2009

Janeiro – Dia 10 – 15-17 horas
Tema: Os “Vencidos da Vida”: Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo.
Professor: J. A. Gonçalves Guimarães

Janeiro – Dia 24 – 15-17 horas
Tema: a indicar
Professor: a indicar

Fevereiro – Dia 7 – 15-17 horas
Tema: A Arte na segunda metade do século XIX.
Professor: José Manuel Tedim

Fevereiro – Dia 21 – 15-17 horas
Tema: A vida quotidiana no tempo de Eça de Queirós
Professor: Nuno Resende

Março – Dia 7 – 15-17 horas
Tema: As correntes do pensamento pós-darwiniano.
Professor: Carlos Fiolhais

Março – Dia 21 – 15-17 horas
Tema: Eça de Queirós e a Literatura contemporânea
Professor: Isabel Pires de lima

Programa em fase de acerto final. Não é ainda o programa definitivo. Dentro destes parâmetros o programa pode ser alterado em termos de sequência de professores e temas, mantendo todavia o formato geral.
O Curso sobre Eça de Queirós realiza-se no Solar Condes de Resende, Canelas, Vila Nova de Gaia, a partir de 11 de Outubro de 2008, nas datas indicadas entre as 15 e as 17 horas. Implica inscrição e pagamento prévio.
Contactar: 227625622/227531385

Eça & Outras Agosto

Escavações arqueológicas em São Salvador do Mundo,
S. João da Pesqueira








Um aspecto dos trabalhos

Entre 26 de Julho e 10 de Agosto uma equipa do Gabinete de História, Arqueologia e Património da Confraria Queirosiana, dirigida pelo arqueólogo J. A. Gonçalves Guimarães, procedeu a escavações arqueológicas na área de uma construção da Época Moderna – uma galeria porticada ou alpendre – existente no santuário de São Salvador do Mundo, S. João da Pesqueira, dando assim continuidade aos trabalhos de estudo e valorização patrimonial deste emblemático miradouro duriense iniciados por aquela entidade em 2005 e já divulgados em diversas publicações.
As escavações revelaram que a construção foi implantada numa área de forte declive sobre batólitos de granito, tendo o desnível sido preenchido com terras provenientes das imediações repletas de vestígios arqueológicos desde o período neolítico, com especial relevância para a Idade do Ferro, da qual, para além de cerâmica doméstica e de construção, foram encontrados outros elementos que confirmam uma intensa presença de factores de romanização no século IV, o século de Constantino o Grande, e ainda da Idade Média.
Todos estes abundantes vestígios apontam para a ocupação do Ermo de uma forma continuada desde a Pré-história Recente até à actualidade, sendo previsível que, com a continuidade dos trabalhos, venham a ser postas a descoberto as estruturas habitacionais, ou outras, daquelas épocas, pesem embora as adaptações que o sítio foi tendo sobretudo desde o século XVII.
Esta intervenção, devidamente autorizada pelo Ministério da Cultura através do IGESPAR, foi possível graças à colaboração da Comissão Fabriqueira da Paróquia de São João da Pesqueira, entidade gestora do santuário, e teve o patrocínio do respectivo Município.
A equipa de trabalho contou com a colaboração de vários profissionais de Arqueologia e Património daquele Gabinete e dos serviços culturais da autarquia, e ainda de diversos jovens do Programa de Ocupação de Tempos Livres, e da Associação Cultural Amigos de Pereiros.






A equipa deste ano


OUTRAS

Eça em Cortes, Leiria

Sobre o Abade de Cortegaça, de O Crime do Padre Amaro, em casa de quem se reuniam os padres de Leiria que muito apreciavam a sua famosa «cabidela de caça», numa série de artigos publicados no Jornal das Cortes (Leiria), entre Janeiro e Junho de 1991, agora reunidos no volume Re Cortes do jornal daí. As Cortes da Pré-história à Actualidade. Leiria: Jornal das Cortes, 1997, que nos fez chegar à mão, o Eng.º Carlos Fernandes aventa a hipótese de, mais uma vez, Eça ter disfarçado com um falso nome, ou topónimo neste caso, a identidade de um dos seus personagens que verdadeiramente existiram, o qual, em vez de abade de Cortegaça, se deveria ter chamado abade de Cortes, a freguesia de Leiria que poderá ter servido para alguns elementos iconográficos e tipológicos de O Crime do Padre Amaro. O autor não afirma, mas conclui, como outros já assisadamente o fizeram, que «Eça era dotado de imaginação suficiente para pegar nos tipos e recriá-los sem necessidade de os colocar nos seus locais de origem. E esse será o motivo pelo qual se respira no seu romance um ambiente que é possível ver aqui e além mas que não corresponderá necessariamente a um local ou a uma povoação definidos».E isso é verdade para todos os romances e outros escritos de Eça; como artista, o escritor descreve um mundo sincrético e ideal que pouco tem a ver com a realidade da geografia. O seu Realismo é outro: não é corográfico nem biográfico.
Mais identificáveis, porque biográficos e não literários, serão os «... seus amores em terras de Lis» de Manuel Paula Maça, artigo publicado naquele jornal a 9 de Julho de 1990 e agora neste livro a páginas 257. Assim, e citando o autor Júlio de Sousa e Costa, o escritor ter-se-à tomado de amores por uma lindíssima Maria José; teve também «amores recatados» com uma dama viúva de trinta e poucos anos que acabará por lhe preferir um oficial do exército e ainda, segundo outros autores incluindo João Gaspar Simões, com a Baronesa do Salgueiro, com quem terá sido apanhado «em flagrante» pelo marido numa noite de baile de Carnaval lá em casa em 1871. Não bastando tudo isto e segundo José Marques da Cruz em Eça de Queirós - Sua Psique, publicado em São Paulo, Brasil em 1943, também aqui citado, Eça terá deixado em Leiria um filho natural «parecido com o pai», que acabou poeta lírico e humorístico.
E, além de tudo isto e da administração do distrito, Eça teve ainda tempo para escrever O Crime do Padre Amaro!




Eça em castelhano

Pela mão do queirosiano Eng.º Ricardo Charters d’Azevedo chegou-nos à mão a noticia do estudo de Alicia Langa Laorga, intitulado Eça de Queiroz - Testigo Y critico de la sociedad portuguesa, publicado em Espanha em 1996, mas cremos que ainda sem tradução portuguesa. A autora chegou a apresentar em 1995 um resumo deste seu trabalho no II Colóquio sobre História de Leiria, tendo sido publicado nas respectivas Actas.
Naquele seu trabalho aborda a biografia do escritor, a cidade de Leiria como “cidade levítica” e, por fim, o enquadramento local, social e épocal de O Crime do Padre Amaro.

Evocação de herói da Guerra peninsular

Nos passados dias 14 e 15 de Julho o Solar Condes de Resende e o Gabinete de História, Arqueologia e Património dos ASCR-Confraria Queirosiana estiveram representados, através do director daquelas instituições e da investigadora Maria de Fátima Teixeira, no Colóquio “200 anos após as Invasões Francesas”, organizado pela Câmara Municipal de Leiria e pela Universidade de Coimbra e que se realizou no Instituto Politécnico de Leiria. Na ocasião foi apresentada a comunicação «Manuel Pamplona Carneiro Rangel (1774 - 1849), combatente da Guerra Peninsular» da autoria de J. A. Gonçalves Guimarães e de Susana Guimarães, que estão a elaborar a biografia deste militar, depois agraciado com o título de Visconde de Beire, antigo proprietário da Quinta da Costa, em Canelas (hoje Solar Condes de Resende), e bisavô dos filhos de Eça de Queirós. Deverá ser lançada em 2009 aquando da evocação da 2.ª Invasão.

Curso sobre Eça de Queirós

Em colaboração com a Academia Eça de Queirós, o Solar Condes de Resende vai iniciar em Outubro próximo um Curso Livre sobre «Eça de Queirós, sua vida, sua obra, sua época» com início no dia 11 de Outubro, e ao ritmo de dois sábados por mês, entre as 15 e as 17 horas, ao longo de doze sessões. Os temas serão apresentados por alguns dos maiores especialistas em Literatura e História portuguesas da segunda metade do século XIX, estando já confirmada a presença dos professores Isabel Pires de Lima, Luís Manuel de Araújo, Maria Teresa Lopes da Silva, J. A. Gonçalves Guimarães e Nuno Resende. As inscrições já estão abertas, pagando os interessados uma pequena propina de frequência que lhes dá direito, para além da aquisição de conhecimentos resultantes da mais recente investigação naquelas áreas, a um certificado de frequência.

Outros cursos livres

Para além do curso acima referido, continua no Solar Condes de Resende o curso livre sobre «Pintura e outras expressões plásticas», dirigido pelo professor e pintor Ariosto Madureira, formado pela Escola Superior de Belas Artes do Porto (actual Faculdade).
Em Outubro próximo recomeçará o Curso de Danças de Salão e um curso de inglês para iniciados.

Página dos Amigos do Solar Condes de Resende
- CONFRARIA QUEIROSIANA
Nº 46 – Segunda-feira, 25 de Agosto de 2008
Endereço:
ASCR-Confraria Queirosiana
Solar Condes de Resende
Travessa Condes de Resende
4410-264 Canelas V.N.GAIA - PORTUGAL
Tel. 227531385; Fax: 227625622
Telemóvel: 968193238
Cte. nº 506285685
NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154
Email:
queirosiana@hotmail.com
confrariaqueirosiana.blogspot.com
Coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães,
mesário-mor da Confraria Queirosiana;
Colaboradores: Fátima Teixeira.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Lançamento do Livro Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo

Convite

António José Lima Costa, presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira e confrade de honra da Confraria Queirosiana, convida todos os sócios e confrades dos Amigos do Solar Condes de Resende – CQ a estarem presentes na Vindouro – Festa do Vinho, no lançamento do livro Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo, de J. A. Gonçalves Guimarães e produzido pelo Gabinete de História, Arqueologia e Património, o qual terá lugar no próximo dia 6 de Setembro, sábado, na Praça da República, São João da Pesqueira, pelas 17,30 horas, sendo a obra apresentada pelo Prof. Doutor António Barros Cardoso da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.


S. João da Pesqueira, 25 de Agosto de 2008


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Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo/The Marquis de Soveral, Son of the Douro, Man of the World, por J. A. Gonçalves Guimarães, versão inglesa de Karen Bennett. Município de São João da Pesqueira/Gailivro Edições.


Nascido em 1851 em São João da Pesqueira na Quinta de Cidrô, filho de uma família de proprietários durienses da nobreza regional ligada à Corte e à diplomacia, Luís Maria Pinto de Soveral viria a ser o diplomata mais famoso de Portugal e, como tal, ainda hoje é lembrado em Inglaterra.
Tendo frequentado no Porto a Academia Politécnica, matriculou-se na Escola Naval em Lisboa na Companhia dos Guardas Marinha, mas tudo leva a crer que a sua formação de marinheiro foi feita na armada britânica. Doutorou-se depois em Lovaina em Ciências Políticas, iniciando logo a seguir a carreira diplomática, tendo passado pelas legações de Berlim e Madrid, até se fixar em Londres, onde se empenhou na resolução da difícil situação das relações luso-britânicas logo após o Ultimatum, que culminaram no 2º Tratado de Windsor de 1899.
Conheceu e conviveu com todos os reis e imperadores da Europa, incluindo o Papa e o Presidente da República Francesa e, como Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo português, teve um importante papel nas relações de Portugal com as potências europeias e com as respectivas colónias africanas.
Nos anos oitenta fez parte de “Os Vencidos da Vida”, o grupo jantante de intelectuais que acreditava que Portugal se poderia modernizar e colocar ao nível da Europa de então, do qual faziam parte Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre outros, os quais consideravam o próprio Rei D. Carlos confrade suplente do grupo.

Durante a sua estadia em Inglaterra tornou-se íntimo do Rei Eduardo VII e das mais importantes personalidades da sua corte. A Rainha Victória condecorou-o e a Rainha Alexandra tinha por ele um enorme apreço. Dele se contam várias histórias cujas peripécias, por inusitadas, entre a ousadia e o charme, acabaram por originar o adjectivo soveralesco. Porém, na realidade, quase só se conhece a sua vida pública, pois, já depois de retirado, recusou um generoso pagamento de um jornal americano para escrever as suas memórias. Mas permaneceu como uma figura incontornável da Bèlle Époque, que podemos encontrar num livro de Sherlock Holmes, em quase todas as revistas ilustradas do seu tempo ou, mais recentemente, numa série da BBC. Era tido como o homem mais elegante de Londres que ditava a moda em Piccadilly e, para as senhoras, the most charming man. Para além destes atributos, pelo menos em jovem, tocava guitarra e cantava o fado e, quando no estrangeiro oferecia um jantar, aos amigos brindava-os com um prato de bacalhau acompanhado com champanhe.
Tendo-se demitido do seu cargo após a implantação da República, passou a ser uma espécie de conselheiro de D. Manuel II no exílio, partilhando com ele o seu amor à pátria e a defesa dos interesses de Portugal no mundo.
Como homem do Douro, onde foi proprietário e produtor de vinhos, participou oficialmente na defesa da denominação “Porto” a nível mundial, e jamais esqueceu a sua terra natal e os seus anseios.
Grande português sem dúvida, acabou os seus dias em Paris em 1922, tendo a acompanhá-lo nos últimos momentos a Rainha D. Amélia, que por ele nutria grande estima desde os anos de dedicação ao serviço do Rei D. Carlos e de Portugal como diplomata, como ministro, como conselheiro, como amigo de todas as horas. Foi sepultado como um príncipe na cripta da igreja de Saint Piérre de Chaillot e, anos depois, quando esta sofreu grandes obras, foi transladado para jazigo particular no cemitério Père Lachaise.
Na embaixada de Portugal em Londres existe o seu retrato pintado por Medina, mas, fora das memórias da diplomacia, é hoje praticamente desconhecido aquele que foi um dos portugueses mais famosos do seu tempo a nível internacional. Este livro, na realidade a sua primeira biografia, escrito por J. A. Gonçalves Guimarães, historiador que se tem devotado ao estudo das relações do Vale do Douro com o mundo, nomeadamente no século XIX e autor de numerosos trabalhos sobre o país do Vinho do Porto, apresenta as facetas documentadas da vida do português que, segundo a escritora inglesa Virgínia Cowes, era «encantador, urbano, polido e espirituoso. Adorava mulheres e era tido como o melhor dançarino da Europa» e, citando Sir Frederick Ponsonby, um seu contemporâneo, «ele era universalmente popular em Inglaterra…onde fez amor com todas as mais belas mulheres e onde todos os homens importantes eram seus amigos». Agora que Portugal se encontra na ribalta política da Europa e do Mundo através da participação de personalidades portuguesas em lugares de destaque, esta biografia, muito ilustrada, apresenta também a versão inglesa do texto por Karen Bennett, com o objectivo de que os estrangeiros, sobretudo os que visitam o Douro, conheçam os antecedentes portugueses do Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo, edição conjunta do Município de São João da Pesqueira e das Edições Gailivro.