Vai decorrer no próximo
domingo, dia 13 de janeiro, a tradicional romaria de S. Gonçalo entre a
Beira-Rio, na freguesia de Santa Marinha e a igreja paroquial de Mafamude.
É protagonizada por
três grupos de festeiros, os Mareantes do Rio Douro, a Comissão Velha da Rasa e
a Comissão Nova da Rasa, hoje associações recreativas que perpetuam a tradição
da antiga faina marítimo-fluvial no Rio Douro, quando ao mesmo chegavam embarcações
de todo o mundo e daqui partiam os produtos do Douro e das Beiras.
Os mareantes eram a
aristocracia do mar, armadores, capitães de longo curso, pilotos da barra e
negociantes de grosso trato. Os grupos de Mafamude representam os artífices que
trabalhavam nesta faina, tanoeiros, carpinteiros navais, caixoteiros,
construtores de veículos. S. Gonçalo é o protetor das viagens de longo curso e
das doenças dos ossos, além de casamenteiro de viúvas, conjuntamente com S.
Cristóvão, padroeiro dos barqueiros e dos viajantes e S. Roque, o protetor
contra as doenças contagiosas.
Esta devoção popular,
festiva e ruidosa, deve remontar ao século XVII quando se faziam peditórios
para a canonização de S. Gonçalo de Amarante. Para além da sua terra de origem,
de Vila Nova de Gaia e de Aveiro, celebra-se também no Brasil, onde existe uma
cidade chamada S. Gonçalo e um culto popular em várias outras povoações.
Mas é sobretudo uma
festa propiciatória de um Bom Ano Novo para todos os que nela participam. Por
isso venham daí.
Sobre S. Cristóvão, Eça
de Queirós escreveu uma das mais brilhantes obras de ficção da Literatura
Portuguesa.
J. A. Gonçalves
Guimarães
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