Solar Condes de Resende
Sábado, 15 de fevereiro – 15-17 horas
Curso livre sobre Revoluções e Constituições
- 9.ª sessão: A Revolução da China (1911-1949)
A revolução socialista na China que instaura em 1949 a República Popular da China, tem 3 características que a individualizam historicamente. A primeira, é que foi a mais longa revolução do século XX: estende-se praticamente por toda a primeira metade do século passado numa sucessão de guerras civis e de guerras anti-japonesas que culminam com a tomada do poder, em 1 de Outubro de 1949, pelo Exército Popular de Libertação e o Partido Comunista Chinês (fundado em 1921). É esse processo que analisaremos na presente conferência. A segunda, reside na circunstância de ser a primeira revolução socialista que não parte dos centros urbanos, mas da revolta do campesinato, realizando a estratégia desde cedo defendida por Mao Tsetung (mesmo contra a linha dominante do PCC) do “cerco das cidades pelos campos” e da “guerra popular prolongada”. A terceira, resulta da decisiva influência política e militar que o sucesso dessa estratégia, em 1949, vai ter, após a II Guerra Mundial, nas guerras independentistas e anti-coloniais que varrem as colónias francesas, holandesas e inglesas do extremo Oriente e do sudoeste asiático (Indochina, Indonésia, Malásia, etc.) na primeira vaga de descolonização após o conflito mundial. Essa originalidade da revolução na China marcará mais tarde, no início dos anos 60, o cisma estratégico sino-soviético e do movimento comunista internacional.
Fernando Rosas
Professor Catedrático Jubilado e Professor Emérito da FCSH/NOVA
Investigador do IHC/NOVA
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