CONFRARIA QUEIROSIANA VISITA SINTRA
- A Confraria Queirosiana ficou à porta de Seteais.
Nos passados dias 25 e 26 de Abril os sócios e confrades foram a Sintra percorrer os locais queirosianos, no que foram acompanhados pelo Dr. José Gonçalves, estudioso deste roteiro, que os relacionou com as grandes obras de Eça e com os aspectos mais particulares da vida do escritor, que ali esteve com Emilia em lua-de-mel.
Mas nem tudo está bem neste itinerário: está “fechado” aos fins-de-semana e feriados, conforme a autarquia informou a Confraria, e não se pode entrar no parque de Seteais, propriedade pública concecionada a uma cadeia privada de hotéis. Concluindo: em Sintra, Eça está sempre fora aos fins-de-semana e feriados, numa terra que gostou de ser classificada como Património Cultural da Humanidade, e uma propriedade pública está fechada devido a interesses privados!
Depois do almoço no restaurante O Saloio, a caravana foi visitar o Palácio da Vila, sempre cheio de visitantes, onde seria bom que os guias cantassem em estilo ópera as explicações das diversas salas pois, na balbúrdia reinante, não se ouvem. Mas as inteligências culturais do momento acham que o mais importante é que os monumentos sejam como os estádios de futebol: cheios é que é bom, mesmo que não se aprenda nada.
Seguiu-se uma visita com prova na Adega Cooperativa de Colares, onde o guia não sabia o enorme apreço que Eça tinha pelo vinho ali produzido, e que ali se compra quase por favor ao dobro do preço daquele pelo qual se vendem as mesmíssimas garrafas no Palácio da Pena, conforme puderam, estupefactos, constatar no dia seguinte os queirosianos que ali o adquiriram. E já são dois os novos “mistérios da estrada de Sintra”!
Como a hotelaria local também é um pouco difícil e ainda não se recompôs da substituição do Hotel Nunes por aquela coisa que lá está, a Confraria optou por ir ficar à Ericeira, já no visinho concelho de Mafra, a simpática praia que dantes era de pescadores mas onde já não existem as suas famosas rascas, embarcações de cabotagem que dantes percorriam o litoral português e que aqui tinham o porto de referência. Com este Verão de Abril a noite nesta praia era um algarve de gente bonita a passear nas ruas.
No dia seguinte o grupo rumou cedo ao Palácio da Pena onde foram conduzidos pela guia Joana Antunes que explicou tudo muito bem e com calma e até fez de conta que não sabia que D. Carlos tinha na cidade de Lisboa, numa determinada época da sua vida, uma cama muito mais larga do que aquela outra que deixou no seu quarto neste palácio. Com um dia tão claro e límpido via-se dali claramente a barra do Tejo e o Bugio. Tudo histórico e humanamente mágico.
Depois de um almoço no Pátio do Garrett, que nos fez lamentar não haver um restaurante assim no Castelo de Gaia onde este escritor viveu na infância, a tarde era livre, pois Sintra é inesgotável. Uns foram ao dito Museu do Brinquedo, que o não é, mas apenas uma Colecção arrumada por vários andares e vitrinas, sabendo-se que a Museologia é a irmã mais nova do Coleccionismo, mas que tem um curso superior. Outros foram ver a Quinta da Regaleira e as fantasias esotéricas que, à viva força, alguns querem encontrar nesta manifestação ostentatória do novo riquísmo pouco culto, mas dado a fantasias, do princípio do século XX e, afinal, de todas as épocas. Eles têm dinheiro, mas não têm sabedoria para enfrentarem o seu tempo e por isso refugiam-se num passado aldrabado à sua maneira. Tentam assim violar a História e ficar impunes. Mas há quem goste. Outros foram pura e simplesmente deambular por uma terra que é realmente magnífica, mesmo nas contradições e controvérsias que os seus monumentos suscitam, porque, ao fim e ao cabo, o seu Património Natural tudo cobre com as intermináveis maravilhas da Natureza dos cinco continentes que por ali se aclimataram.
A Confraria voltará a Sintra para homenagear Eça de Queirós e este cenário de irmandade universal através das interrogações da Cultura.
- No Palácio da Pena
OUTRAS
MESTRADO EM ESTUDOS AFRICANOS
No passado dia 15 de Abril apresentou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto a sua tese de Mestrado intitulada «A Praia na primeira década da segunda metade do século XIX: o porto, o comércio e a cidade» o nosso confrade Dr. José Silva Évora, investigador do Arquivo Histórico Nacional de Cabo Verde. Aproveitando a sua presença em Portugal, a direcção da Confraria Queirosiana promoveu um jantar com a presença de vários dos seus amigos e consócios no Solar Condes de Resende.
- Mestre José Évora no Solar Condes de Resende
BIOGRAFIA DE SERPA PINTO
No passado dia 9 de Maio, na Estalagem Porto Antigo em Cinfães, o nosso confrade Mestre Dr. Nuno Resende apresentou uma conferência sobre “Serpa Pinto - o homem, a obra e o seu legado ao mundo”, numa síntese da biografia que tem vindo a elaborar sobre este militar, africanista e político que foi condiscípulo de Eça de Queirós no Colégio da Lapa no Porto, pois tinham praticamente a mesma idade, tendo ambos falecido em 1900. Aquele investigador salientou a diferença entre a realidade do homem e o mito que em volta do mesmo construíram os políticos, os literatos e, sobretudo, os media da época, por esse motivo considerando Serpa Pinto o primeiro português “moderno” no sentido do tratamento que a imprensa de hoje dá aos homens públicos.
A sessão foi organizada pela Associação Cultural Serpa Pinto, que tem sede naquele município onde o homenageado nasceu e viveu, com a colaboração do Rotary Club local.
SESSÃO EVOCATIVA DO BARÃO DE FORRESTER
A Associação Amigos de Pereiros e a Confraria Queirosiana, com o apoio da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, realizaram no passado dia 10 de Maio no Salão Nobre da Câmara Municipal, uma sessão evocativa do Barão do Forrester com a presença da Associação dos Amigos do Douro.
J. A. Gonçalves Guimarães, mordomo-mor da Confraria e director do seu Gabinete de História, Arqueologia e Património falou sobre “O Barão de Forrester e S. João da Pesqueira” e António Barros Cardoso, coordenador científico do GEHVID e professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, dissertou sobre “A afirmação do negócio do Vinho do Porto ao longo do século XVIII”. A sessão encerrou com um Porto de Honra.
NOVOS TEXTOS SOBRE EÇA
A Editora Veja acaba de publicar As vertentes do olhar na ficção queirosiana, de Ana Margarida Dinis Vieira. Trata-se de uma outra abordagem sobre o universo ficcional de Eça a partir da realidade circundante. Estas análises literárias são pois intermináveis no acrescento do caleidoscópio das possíveis leituras da sua obra.
Bem diferente, porque texto de historiador se trata, é o artigo de João Medina «Eça e Rafael. Rafael Bordalo Pinheiro, modelo do pintor Camilo Serrão, personagem de Eça d’A Tragédia da Rua das Flores?» publicado no último numero de Artis (nº 6 - 2007), revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa. Aqui procura-se encontrar o modelo real da personagem ficcionada, com as necessárias cautelas, tendo em conta que ficção literária não é História.
EVOCAÇÃO DAS INVASÕES FRANCESAS
No próximo dia 7 de Junho no Castelo de S. João Baptista da Foz do Douro vai ser evocado o primeiro acto de revolta contra a ocupação francesa, o qual ocorreu a 7 de Junho de 1808. Do extenso programa, para além das cerimónias protocolares habituais e da recriação de exercícios militares da época e um concerto coral-sinfónico em que será executada a Abertura Solene 1812 de Tchaikowsky, dele faz parte uma exposição de pintura sob o tema Rostos - Paisagens e Retratos da autoria do nosso confrade Major pintor Simões Duarte, que, entre muitos outros exporá os retratos dos confrades D. Duarte Pio e do escritor J. Rentes de Carvalho.
Página dos Amigos do Solar Condes de Resende
- CONFRARIA QUEIROSIANA
Nº 43 – Domingo, 25 de Maio de 2008
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