quarta-feira, 25 de junho de 2008

Eça & Outras Junho


EÇA BRASILEIRO PORTUGUÊS DA PÓVOA

Acaba de nos chegar pela mão queirosiana da confreira Maria Carolina Calheiros Lobo e de seu marido António Alberto, que recentemente estiveram no Brasil, o livro A boa mesa de Eça de Queiroz. Um ensaio e muitas crônicas de Dagoberto Ferreira de Carvalho Junior, recentemente publicado pela Editorial Tormes do Recife, e que o autor lhes dedicou em Março passado.
Se alguém quizer saber como Eça é cultuado no país irmão, que leia este livro, que abre na página XV com uma aguarela de Mário Paciência, publicada no Diário de Pernambuco de 27 de Maio de 1996, na qual se retratam uma série de ilustres queirosianos brasileiros na mesmíssima pose de uma célebre fotografia dos Vencidos da Vida, neste caso os Vencidos do Recife. Depois uma série de saborosas crônicas literárias sobre a gastronomia queirosiana e outros aspectos da sua obra, degustada pelos seus admiradores em jantares ecianos desde 1993 até ao presente. Entre muitas e certeiras alusões bibliográficas, a admiração do autor pelos nossos confrades A. Campos Matos e Manuel Lopes, poveiros, que têm feito a ponte eçófila entre Portugal e o Brasil, o primeiro felizmente ainda vivo e activo entre nós, o segundo vivo e activo na nossa memória.
Também referências ao Clube de Eça do Rio de Janeiro, fundado em 1955, e ao Clube de Amigos de Eça de Queirós do Recife, fundado em 1948, ambos tendo resultado de grémios queirosianos que se reuniram informalmente desde as primeiras décadas do século XX, depois redimensionados na Sociedade Eça de Queiroz do Recife, de que o autor é presidente.
Dagoberto Carvalho Jr., médico e escritor, é autor de numerosa bibliografia queirosiana, tendo colaborado na edição da obra Completa de Eça de Queiroz. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 2000, no Dicionário de Eça de Queiroz. Lisboa: Editorial Caminho, 2000; no Dicionário Temático da Lusofonia. Lisboa: Texto Editores e na Revista Brasileira, edição comemorativa do centenário da morte do escritor promovida pela Academia Brasileira de Letras em 2000.
Como remata certeiramente o autor no final da crónica que dá o título ao livro: «E porque o banquete eciano é pródigo e interminável, às vezes como agora, temos de interrompê-lo para continuar nos livros que são muitos e, vencidos os séculos XIX e XX, já contam novas edições e novos leitores neste principiar de outro milénio».

Gravura 1: «A canonização de Eça no Brasil»; vinheta de Mário Paciência no mais recente livro de Dagoberto Carvalho Junior, p. 197.

GASTRONOMIA EM CONGRESSO

Nos passados dias 30 e 31 de Maio e 1 de Junho decorreu no Museu Marítimo de Ilhavo o II Congresso da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG), o qual reuniu mais de trinta confrarias filiadas e uma dezena de outras como observadoras.
Da agenda dos trabalhos faziam parte temas do momento como “Tradição e segurança alimentar”; “Tradição e Modernidade - o seu justo equilíbrio: estratégias e propostas de actuação “ e “ O posicionamento da FPCG face aos movimentos internacionais”.
O congresso contou ainda com um intenso programa social, no qual se incluiu o jantar da partilha das Confrarias, no Hotel de Ilhavo e um outro oferecido pelo município ilhavense no seu grandioso Centro Cultural.
Além das confrarias portuguesas estiveram presentes a Federação das Confrarias Gastronómicas de França, a Confraria do Grogue de Santo Antão (Cabo Verde) e a Confraria dos Gastrónomos de Macau. A Confraria Queirosiana esteve presente nos trabalhos através do seu mesário-mor, J. A. Gonçalves Guimarães, do presidente da Direcção, Carlos Sousa, do presidente da mesa da assembleia geral, Nelson Cardoso, e do representante da comissão comercial Fátima Teixeira.
Quer pelo conteúdo das propostas apresentadas, quer pela discussão suscitada em torno das mesmas, pode dizer-se que o movimento confrádico nacional estará a sair da sua fase excurssionista para se debruçar seriamente sobre o Património Gastronómico Nacional como elemento essencial da Cultura Portuguesa, onde a tradição pode perfeitamente conviver com a modernidade sob o arco do triunfo da autenticidade e da qualidade. Como, aliás, já defendia nos seus textos Eça de Queirós, que apreciou de igual modo os requintes da cozinha internacional da sua época, valorizando os nossos pratos tradicionais.


Gravura 2: A delegação da Confraria queirosiana no Congresso em Ilhavo

CONFRADE RABELO

No feriado do passado dia 22 de Maio realizou-se, como é habitual, o capítulo anual da Confraria O Rabelo sediada em S. Xisto, S. João da Pesqueira, o qual teve lugar nos armazéns da Casa Messias, à Ferradosa. À mesa do evento presidiram Narciso Lopes, chanceler da Confraria, António José Lima Costa, presidente do município e confrade, e Madalena Carrito, em representação da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas.
Com a presença de numerosas confrarias, foram entronizados diversos confrades efectivos e de honra, e entre estes, o mesário-mor da Confraria Queirosiana J. A. Gonçalves Guimarães. À cerimónia seguiu-se um animado almoço com banda, rancho folclórico e conjunto musical, que a chuva “arrefeceu” de tempos a tempos, mas não logrou estragar, tendo sido servidas iguarias tradicionais altodurienses.

Gravura 3: Na Confraria O Rabelo em S. João da Pesqueira

ESCRITORES QUEIROSIANOS NO S. JOÃO DE GAIA

No passado dia 21 de Junho desfilaram na marginal de Gaia as habituais Marchas de S. João. Desta vez, para a coreografia e as letras das canções, o tema foi escritores, e vai daí, aconteceu esta coisa singular: Camilo Castelo Branco venceu a parada, recordado por Vilar do Paraíso, Vilar de Andorinho e Canidelo; Pedroso escolheu Júlio Dinis e Mafamude, Fernando Pessoa; no que diz respeito a escritores vivos, Crestuma escolheu um poeta local, Eugénio Paiva Freixo; a Afurada, Barbosa da Costa, e Santa Marinha, J. Rentes de Carvalho, sendo estes dois últimos sócios da Confraria Queirosiana. Surpreendentemente Eça de Queirós, que Canelas ainda tentou levar mas não conseguiu, também não foi escolhido por S. Félix da Marinha, onde fica a Granja, e Garrett, que viveu no Castelo de Gaia e em Oliveira do Douro, também ficou de fora. Aquelas escolhas, para além de proporcionarem interessantes reflexões sobre o que é um escritor e qual o impacto da sua obra ao nível popular, mostraram também o desajustamento cultural de algumas freguesias e das suas associações recreativas com os aspectos culturais mais relevantes do Município.

ARTE RUPESTRE EUROPEIA

Sob a chancela da Academia Eça de Queirós, está a decorrer durante o mês de Junho no Solar Condes de Resende, às sextas-feiras entre as 21 e as 23 horas, e ao sábado, entre as 10 e as 12 horas, um curso livre intensivo sobre Arte Rupestre Européia ministrado pelo Prof. Doutor Fernando Coimbra.
Dado o manifesto interesse do assunto para os que gostam de Arte desde os primórdios da Humanidade e da Arte de qualquer época, foi já solicitado à Academia que promova uma nova edição deste curso na Primavera do próximo ano.

Página dos Amigos do Solar Condes de Resende
- CONFRARIA QUEIROSIANA
Nº 44 – Quarta-feira, 25 de Junho de 2008
Endereço:
ASCR-Confraria Queirosiana
Solar Condes de Resende
Travessa Condes de Resende
4410-264 Canelas V.N.GAIA - PORTUGAL
Tel. 227531385; Fax: 227625622
Telemóvel: 968193238
Cte. nº 506285685
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queirosiana@hotmail.com
confrariaqueirosiana.blogspot.com
Coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães,
mesário-mor da Confraria Queirosiana;
Colaboradores: Fátima Teixeira; Nelson Cardoso; Carolina Calheiros Lobo.





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