Solar Condes de Resende
Sábado,
30 – 15-17horas
Curso livre sobre Revoluções e
Constituições
- 4.ª sessão: “O Cardeal Saraiva -
a Constituição de Cádis de 1812 e o primeiro texto constitucional português”.
Frei
Francisco de São Luís, futuro Cardeal Saraiva, foi um Ilustrado Limiano que
conheceu nos livros que leu os ideais que conduziram a burguesia portuense
de inícios do XIX a rechaçar as tropas francesas de Junot, em 1808, sem deixar
de mostrar simpatia pelos valores que lhe serviam de estandarte,
consubstanciados na frase mais ouvida nessa época “Igualdade, Liberdade e
Fraternidade”. Monge beneditino doutorado em Teologia pela Universidade de
Coimbra e medalhado com o ouro pela Academia Real das Ciências, o seu
protagonismo no campo político torna-se evidente quando Ferreira Borges,
no dia 24 de agosto de 1820, fez ecoar o Liberalismo em proclamação pelas ruas
da cidade do Porto. Nessa altura, Saraiva não empunhou armas, mas usou a sua
pena, a arma mais ágil que conseguiu manejar. Apesar disso foi grande a sua
importância no erguer do primeiro período do Liberalismo português. O fascínio
que nutriu pelo serviço da rés pública levou-o a integrar a Regência do Reino e
a estar presente na abertura das primeiras Cortes Constituintes, as mesmas que
consagraram a separação dos poderes executivo, legislativo e judicial, em
oposição ao concentracionismo. Saraiva bebeu na leitura das obras de John Locke
e de Montesquieu e nos livros que guardou na sua livraria sobre a Revolução
Americana tais princípios. Normas já vertidas no texto constitucional do
país vizinho (Constituição de Cádis - 1812) cujo teor norteou o
anteprojecto da nossa primeira Constituição, redigida em finais de 1821,
pelo próprio punho do Cardeal Saraiva.
por António Barros Cardoso
Inscrição
prévia obrigatória
Sem comentários:
Enviar um comentário