Solar Condes de Resende
Sábado, 6 de janeiro de 2024 – 15-17h
A ALTA IDADE MÉDIA ENTRE NÓS: PERSPECTIVAS ACERCA DA EVOLUÇÃO DO TERRITÓRIO PRÉ-NACIONAL, A NORTE DO TEJO
Manuel Luís Real
CITCEM / IEM
Começa-se por uma breve nota acerca do
estado dos conhecimentos sobre a alta-Idade Média em território hoje português,
no momento em que nasce o GHAVNH (1983). É salientado o impulso dado a partir
de então pela Arqueologia, destacando, entre outros exemplos, as escavações na
capela do Bom Jesus, em V.N. de Gaia.
Correspondendo à ideia sugerida pela
organização do curso, no título genérico escolhido, optou-se por uma visão
articulada sobre a região a Norte do Tejo, de modo a demonstrar a complexidade
da época em questão e a necessidade de estudos cada vez mais especializados,
não obstante os progressos que se alcançaram nos últimos quarenta anos.
É abordada a importância de Suevos e
Visigodos na criação da base territorial e do quadro religioso em que assenta a
alta-Idade Média no noroeste peninsular, não obstante as prolongadas
manifestações de desestabilização política. Após a queda do reino de Toledo, à
mão dos exércitos árabes, esta região voltou a conhecer um período instável,
mas onde se forjou um novo tipo de sociedade, agora liderada pelos reis
asturianos. Descreve-se a paulatina recuperação da antiga Gallaecia, sem
deixar de aludir às controvérsias surgidas a respeito da apelidada “Reconquista
cristã”. É apresentada uma visão actual sobre o processo das “presúrias” e
analisa-se a evolução do território durante os reinados de Afonso III, Ordonho
II e Ramiro II. E chama-se a atenção para a importância de Viseu e da “corte”
rebelde de Lafões” na dinâmica do processo de reestruturação política, onde
ganham progressivo protagonismo os condados de Portucale e de Coimbra.
Entretanto, estes vêem-se envolvidos nas disputas em redor do trono leonês,
que, fragilizado, acaba por soçobrar perante os exércitos de Almançor.
Após o intervalo, são apresentadas estruturas, actividades e objectos típicos da cultura material da época. A seguir, o discurso expositivo convergirá para a actividade bélica, com realce para a reconquista do território até à tomada de Coimbra, por Fernando Magno, e para o papel do dux Sesnando. Finalmente – e antes do assalto a Lisboa - descrevem-se as medidas tomadas para a defesa da fronteira, com recurso às cavalarias-vilãs, com as primeiras tentativas de atrair as ordens militares e com a estratégia seguida para criar uma barreira de povoações dotadas de carta de foral e obrigações de acorrer ao apelido do Senhor da terra portucalense, alçada entretanto à dignidade de Reino.
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