sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Palestra da última quinta-feira do mês - 28 de dezembro de 2023

Palestra da última quinta-feira do mês
Solar Condes de Resende
28 de dezembro de 2023, 18,30 – 19,30 horas

"Das partes do Oriente": tradições poético-musicais do natal português
pelo Dr. Henrique Guedes

Em Portugal, o ciclo festivo da Natividade, que se estende até à celebração da Epifania, a 6 de janeiro, é pontuado por práticas e expressões poético-musicais populares, de caráter comunitário, que, pese embora a insuficiência, ou mesmo a artificialidade, de uma categorização, podem ser classificadas, quanto ao propósito e à temática, em três formas: o Cantar ao Menino, o Cantar as Janeiras e o Cantar os Reis.

Com texto e melodia fixados, na maior parte dos casos, no decurso dos séculos XVIII e XIX, estes cantares resultam de um longo processo evolutivo, marcado pela sobreposição de diversas tradições e formas poéticas e musicais, umas de cariz popular, outras de feição erudita, como as cantigas, os romances, os autos e os vilancicos.

Transmitidas oralmente ou através de laboriosa recolha e divulgação, por parte de profissionais e amadores da etnomusicologia, essas tradições poético-musicais têm, igualmente, suscitado o interesse de músicos e compositores, acedendo às salas de concerto e ao mercado da produção e fruição musical, bem como de instituições educativas, culturais e órgãos de decisão política e administrativa, assumindo uma crescente relevância enquanto património cultural imaterial.

Colaboração do grupo musical Eça Bem Dito

Pianista Maria João ventura

Acesso livre presencial e por videoconferência

Entrar Zoom Reunião
https://us02web.zoom.us/j/89165637021?pwd=REpGYjk2YnA2c1AzY2NnM0xVY3QyZz09

ID da reunião: 891 6563 7021
Senha: 110834

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

5ª sessão do curso livre sobre: 40 anos depois: História Local e Regional

 


OS ROMANOS ENTRE NÓS.

Glocalização e ecologia marítima no contexto da navegação e comércio romano na Fachada Atlântica do NW Peninsular

Prof. Doutor Rui Morais

O Noroeste Peninsular abarca um território banhado por uma ampla frente marítima oceânica. O estudo sobre a navegação e comércio nesta região deve levar em consideração a alteração da linha de costa ao longo dos tempos, pelo que é fundamental o cruzamento das fontes literárias e epigráficas e do registo arqueológico e cartográfico, com as evidências diacrónicas da geomorfologia e da sedimentologia nesta franja costeira.

A ocupação romana implicou uma lógica associada a diferentes formas de controlo territorial que obedeceram a uma interface marítima/ portuária/ terrestre. Essa lógica contemplou três espaços, cada um interdependente e dependente do outro: o espaço navegável (utilizando os canais de navegação), o espaço de cargas e descargas (utilizando uma praia ou uma zona de desembarque com cais e rampas) e as áreas de armazenamento e redistribuição de mercadorias, com áreas de rutura de carga e transvase de produtos. Assistiu-se também a transformações ecológicas da paisagem costeira que trouxeram a desflorestação e a transformação da paisagem, mas também processos inversos de florestação com fins económicos, muito provavelmente associados à construção naval, num processo que designamos por “ecologia marítima associada à navegação e comércio”, como se testemunha, por exemplo, na plantação de uma floresta de Pinus na franja costeira de Esposende, muito provavelmente associada à construção e reparação naval.