quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Romaria S. Gonçalo


Cabeça de S. Gonçalo, século XVIII.
Solar Condes de Resende, Coleção Marciano Azuaga.

Romaria de S. Gonçalo

Vai decorrer no próximo domingo, dia 10 de janeiro, a tradicional romaria de S. Gonçalo entre a Beira-Rio, na freguesia de Santa Marinha e a igreja paroquial de Mafamude.
É protagonizada por três grupos de festeiros, os Mareantes do Rio Douro, a Comissão Velha da Rasa e a Comissão Nova da Rasa, hoje associações recreativas que perpetuam a tradição da antiga faina marítimo-fluvial no Rio Douro, quando ao mesmo chegavam embarcações de todo o mundo e daqui partiam os produtos do Douro e das Beiras.
Os mareantes eram a aristocracia do mar, armadores, capitães de longo curso, pilotos da barra e negociantes de grosso trato. Os grupos de Mafamude representam os artífices que trabalhavam nesta faina, tanoeiros, carpinteiros navais, caixoteiros, construtores de veículos. S. Gonçalo é o protetor das viagens de longo curso e das doenças dos ossos, além de casamenteiro de viúvas, conjuntamente com S. Cristóvão, padroeiro dos barqueiros e dos viajantes e S. Roque, o protetor contra as doenças contagiosas.
Esta devoção popular, festiva e ruidosa, deve remontar ao século XVII quando se faziam peditórios para a canonização de S. Gonçalo de Amarante. Para além da sua terra de origem, de Vila Nova de Gaia e de Aveiro, celebra-se também no Brasil, onde existe uma cidade chamada S. Gonçalo e um culto popular em várias outras povoações.
Mas é sobretudo uma festa propiciatória de um Bom Ano Novo para todos os que nela participam. Por isso venha daí.
Sobre o S. Cristóvão, Eça de Queirós escreveu uma das mais brilhantes obras de ficção da Literatura Portuguesa.


J. A. Gonçalves Guimarães

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